20 de fev. de 2010

Depoimento: Sou uma mãe especial sim! E sou feliz.

Deus me deu dois grandes presentes, Sarah Linzze de 11 anos e Pedro Henrique de 6 anos e junto um grande desafio que aos poucos estou conseguindo tirar de letra e levar como experiência para mim e para todos que estão ao meu lado.
Aqui está um pouco da minha história e da batalha que nós mães especiais temos que lutar, com muita fé em Deus e amor por nossos filhos que são anjos enviados para de alguma forma nos ensinar algo novo.
Hoje apesar de todas as dificuldades do estresse do dia-a-dia, sou feliz e não consigo me imaginar fora dessa realidade, não conseguiria ter uma vida calma, entrei no ritmo, não foi fácil, mas agora vesti a camisa.
Conheça um pouco das dificuldades que passei. Eu fui igual a você, só que aprendi a amar meu filho como ele é.
Quando descobri que o Pedro Henrique era autista, como toda mãe o desespero foi grande, me faltou chão, fiquei uns três dias chorando, sem ânimo para nada, não sabia o que fazer como ajudá-lo, nem onde procurar tratamento, pois os médicos só me falavam que ele era autista e pronto. Até que um psiquiatra me falou da Casa da Esperança, uma instituição que deveria procurar e conhecer melhor as dificuldades do meu filho. Não pensei em nada e logo em seguida meu marido (Flávio) marcou uma visita naquele local indicado. Foi uma experiência maravilhosa, todos da instituição foram bem atenciosos e meu Pedro não cabia de felicidade, corria naquele gramado, subia nos brinquedos, parecia que tinha se encontrado.
Foi naquele lugar que cai na real, senti orgulho do meu filho e pedi perdão a Deus por tanto reclamar. Lá tinha crianças com as mesmas dificuldades dele, outras até bem mais comprometidas e estavam ali sendo acompanhados pelas mães, pais, irmãos, avós. A família lutando pela socialização e pela melhoria de vida. Senti vergonha de estar escondida dentro de casa, com medo de enfrentar a realidade, o mundo, a discriminação que nunca deixa de existir. Então fui à luta, demorou um pouco para conseguir a vaga, mas consegui.
E aqui estamos nós, Pedro Henrique melhorou muito, só tenho o que agradecer, ele já freqüenta escola regular, conhece letras, formas geométricas, números e agora está cobrindo. Olha que ele não tinha nenhuma coordenação motora, não conseguia nem ao menos segurar um lápis.
Como mãe meu coração quase não cabe no peito de tanta felicidade, e só tenho que agradecer a Deus e aos profissionais maravilhosos que foram tão dedicados ao meu filho, pessoas que vão morar para sempre em meu coração, que ajudaram a colocá-lo nesse mundo, pessoas verdadeiras que fazem a Casa da Esperança que gostam de cuidar dessas crianças e que trabalham com amor, meu muito obrigado.
Hoje olhando Pedro Henrique, acho lindo seu modo estranho de ser, queria eu acordar de madrugada dando gargalhadas, andar de olhos fechados a casa inteira e não bater em nada, ter a inteligência e a capacidade que ele tem. Basta serem trabalhados e podemos ter jóias preciosas em casa.
Estou cada dia mais encantada com essas crianças. Tive a oportunidade de trabalhar como voluntária com essas crianças 7 meses, isso me trouxe grande experiência e assim descobri que amo pessoas diferentes, que gosto de desafios e que sou muito feliz.
Hoje estou afastada por problemas pessoais, mas sempre peço a Deus pelos filhos de coração que de alguma forma participei no acompanhamento deles, da minha maneira, dando o que tenho de melhor, amor, carinho, atenção.
Que Deus proteja todas essas crianças e meus filhos de coração Pedro Paulo e Manfredini, e meus filhos biológicos Sarah Linzze e Pedro Henrique.
De uma mãe que se encontrou dentro da Casa da Esperança.
Valcilene
Fonte: http://coopencantada.org

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